Site icon Dra. Bianca Dias Bastos – Cirurgiã Pediátrica em Fortaleza

Anestesia Geral na Cirurgia Pediátrica

Bebê fofo deitado sorrindo com toalha azul na cabeça

Atualmente a anestesia geral é a técnica anestésica mais utilizada para os procedimentos da cirurgia pediátrica e a que proporciona as melhores condições cirúrgicas.

Abaixo, o Dr. Marcelo Souza Cruz (CRM-SC 9871), médico anestesista do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), e membro do corpo de conselheiros do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC), explica em detalhes como é feita a Anestesia Geral na cirurgia pediátrica.

Como é realizada a anestesia?

A anestesia geral começa com uma punção venosa para injeção dos anestésicos, ou com a inalação do anestésico por uma máscara facial. Ambas as técnicas são seguras e devem ser discutidas previamente com os pais e, se possível, com a criança também, para definirmos a melhor opção.

Mesmo que a opção para iniciar a anestesia seja a inalatória, todas as crianças serão puncionadas, geralmente uma veia da mão ou do braço, onde será instalado um soro fisiológico. O soro é utilizado para injeção de outros anestésicos, dos antibióticos quando necessários, e das medicações para dor e enjoo.

O anestesista é um médico especialista em anestesia e ficará durante todo o procedimento cuidando dos sinais vitais do paciente: frequência cardíaca, pressão arterial, temperatura e ritmo do coração, além de outros dados.

A anestesia é um processo contínuo e de acordo com a cirurgia. Isso significa que a anestesia não vai acabar antes da cirurgia. A criança fica anestesiada o tempo necessário para o procedimento. Ao término, os anestésicos serão “desligados” e o efeito termina suavemente.

Técnicas combinadas

Dependendo do tipo de cirurgia, o anestesista pode sugerir a combinação da anestesia geral com os bloqueios de nervos. Os bloqueios são amplamente utilizados na anestesia pediátrica, são seguros e proporcionam a realização da anestesia geral mais “leve”, com um despertar mais suave e confortável para criança.

Depois que a criança estiver dormindo anestesiada, uma pequena quantidade de anestésico local será injetada próximo do nervo, anestesiando apenas a região que inerva o local da cirurgia.

Outros bloqueios, como os realizados na coluna vertebral, podem ser combinados com a anestesia geral, mas são reservados para os procedimentos de maior porte e cirurgias mais complexas. É importante ficar claro que todos os bloqueios só serão realizados após o consentimento dos pais e das crianças com idade para opinar.

Recuperação e Reações alérgicas

Ao término da cirurgia, todos os pacientes vão para a sala de recuperação. Este é o local onde a criança continua monitorizada e tem uma equipe especializada para ajudar na recuperação da anestesia – até que a criança esteja totalmente acordada e confortável para ser liberada para enfermaria ou ter alta para casa.

As reações alérgicas aos anestésicos e a outras medicações durante a cirurgia são eventos extremamente raros. Em todos os grandes hospitais de cirurgia pediátrica, nenhum teste para alergia é realizado previamente. Caso ocorra qualquer reação alérgica, a criança estará monitorizada, com acesso venoso para administração dos medicamentos necessários e o anestesista é um especialista que está treinado e pronto para diagnosticar e tratar qualquer tipo de alergia.

Consulta pré-anestésica

O tempo de jejum adequado é muito importante para segurança durante o procedimento anestésico-cirúrgico. O seu cirurgião ou o anestesista lhe passará as orientações para que o seu filho fique confortável, com o menor tempo possível de jejum.

A consulta pré-anestésica é o melhor momento para esclarecer todas as dúvidas e discutir todas as opções, inclusive com a participação das crianças. Durante a consulta a criança será examinada e, se necessário, serão solicitados alguns exames.

Caso o cirurgião ou o anestesista não solicite nenhum exame, não há motivos para preocupação. Para muitas cirurgias, principalmente as ambulatoriais (onde os pacientes vão embora no mesmo dia), não são necessários exames pré-operatórios. Pedir exames sem necessidade estressa a criança, desperdiça tempo e gera um gasto desnecessário.

Se não for possível realizar a consulta pré-anestésica, no dia da cirurgia o anestesista responsável pelo procedimento irá se apresentar e os pais poderão conversar sobre a melhor técnica anestésica e esclarecer todas as dúvidas.

Converse com o seu filho

Não se esqueçam que as crianças e até os adolescentes têm os pais como referência. Se os pais estão calmos, a criança também ficará calma. É importante que a criança entenda por que ela está indo ao hospital. Use palavras conhecidas e um discurso encorajador. As crianças maiores ficam mais confortáveis quando participam das decisões.

O melhor momento para começar a conversar com seu filho sobre a cirurgia depende da idade e isso pode ser discutido com seu cirurgião. Deixe bem claro que quando ela voltar do centro cirúrgico, vocês estarão esperando por ela. E para os adolescentes, que eles serão respeitados e não ficarão expostos e despidos sem necessidade.

O risco de um procedimento anestésico-cirúrgico sempre vai existir, mas uma equipe treinada, num ambiente seguro e com bons equipamentos fazem esse risco ser o menor possível.

Cirurgião e anestesista fazem parte da equipe cirúrgica, um bom cirurgião terá sempre ao seu lado, um bom anestesista.

Sobre o autor: Dr. Marcelo Souza Cruz (CRM-SC 9871) é médico anestesista do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), em Florianópolis, e membro do corpo de conselheiros do Conselho Regional de Medicina de Santa Catarina (CRM-SC).

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