O cisto tireoglosso é o defeito embriológico mais comum do pescoço. De origem congênita, que já se apresenta no momento do nascimento do bebê, este problema geralmente aparece próximo dos 5 anos de idade.
“O cisto tireoglosso surge como um nódulo de consistência elástica, forma esférica, indolor e localizado na linha média do pescoço. Pode conter líquido viscoso e espesso. Durante a gestação, a glândula tireóide permanece unida à língua por um canal chamado de trato tireoglosso. Depois que a glândula tireoide alcança sua posição definitiva, o trato deve ser fechado e involuir. Caso ele persista, seus restos celulares podem produzir muco, dando origem ao cisto tireoglosso.“ – Cirurgiã Pediátrica Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 – RQE 12194).
Na maioria dos casos, trata-se de uma doença benigna. Contudo, cerca de 1% dos pacientes podem evoluir para neoplasias malignas, como o Carcinoma Papilar do Ducto Tireoglosso.
Além do câncer, o paciente com cisto tireoglosso pode sofrer também com inflamações bacterianas frequentes. O problema também pode dar origem à fístulas, drenando secreção purulenta ou viscosa, que prejudica a qualidade de vida.
Diagnóstico do Cisto Tireoglosso
O cisto tireoglosso não pode ser diagnosticado durante a fase pré-natal. A doença costuma dar os primeiros sinais após alguns anos do nascimento da criança e é geralmente identificada pelos pais, que percebem uma “bolinha“ no pescoço da criança.
“Depois de identificar o cisto, os pais devem levar a criança ao pediatra. Durante o exame físico, com a técnica correta, deverá ser feito o diagnóstico da doença. Nesses casos, podem ser solicitados exames complementares, como a ultrassonografia da região.” – Cirurgiã Pediátrica Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 – RQE 12194).
Por conta da sua ligação com a base da língua, uma das características do cisto tireoglosso é a mobilidade apresentada sempre que o paciente movimenta a língua para fora.
Porém, é importante salientar que nem todo nódulo na região cervical é cisto tireoglosso. Apesar de ser o mais comum, existem outros diagnósticos, entre eles o cisto dermoide, os linfonodos e os cistos branquiais.
Tratamento para o Cisto Tireoglosso
O tratamento para o cisto tireoglosso em crianças é exclusivamente cirúrgico e deve ser realizado por um cirurgião pediátrico. Mesmo realizado em uma região delicada como o pescoço, o procedimento costuma ser bastante seguro e eficiente.
“A cirurgia é realizada com anestesia geral e sua duração depende de cada caso. Além de ressecar o ducto até a base da língua e o próprio cisto, é necessário remover também a porção média do osso hióide. Mesmo utilizando a técnica correta, a taxa de recorrência é de 5%.” – Cirurgiã Pediátrica Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 – RQE 12194).
É importante ressaltar que a ressecção apenas do cisto não resolve o problema, pois as chances de recidivas são bastante altas. Além disso, se o cisto estiver com alguma infecção ativa, o procedimento deverá ser adiado até que este problema pontual seja resolvido.
Pós-operatório
Geralmente, o pós-operatório da cirurgia de remoção do cisto tireoglosso é bastante tranquilo. As crianças tendem a voltar para casa no mesmo dia.
“Diferente do que muitos pensam, nós não manipulamos o esôfago do paciente. Assim, a dieta líquida e sólida tendem ser liberadas assim que o efeito da anestesia acabar.” – Cirurgiã Pediátrica Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 – RQE 12194).
A saúde e o bem estar das crianças depende de nós. Diante da descoberta de problemas como cisto tireoglosso, busque orientação de um cirurgião pediátrico. Conte comigo!