A Criptorquidia é caracterizada pela parada na migração do testículo em seu trajeto normal de descida, ainda na fase de formação do bebê. Dessa forma, os testículos se posicionam fora da bolsa testicular.
Os problemas que envolvem a formação e o posicionamento dos testículos estão entre as principais correções cirúrgicas realizadas em bebês. Aproximadamente 3% dos recém-nascidos a termo, e até 33% dos prematuros, sofrem com a criptorquidia.
Entre as formas mais comuns de apresentação são:
- Testículos impalpáveis;
- Testículos palpáveis na região inguinal;
- Testículos palpáveis em outras regiões, como o períneo.
Geralmente, o diagnóstico da Criptorquidia é simples. Na maioria das vezes, é realizado ainda na sala do parto, durante o exame feito pelo médico pediatra.
“Em todos esses casos, o tratamento para a Criptorquidia é cirúrgico. Assim, o profissional responsável pelo tratamento é o Cirurgião Pediátrico. Em sua formação, possui amplo conhecimento da anatomia das crianças, inclusive recém-nascidas e na área Urológica.” – Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194).
Tratamento da Criptorquidia
Diferente do que muitos pais imaginam, o tratamento da Criptorquidia não é apenas uma questão estética. Após a fase gestacional, os testículos necessitam de uma temperatura ideal para se desenvolverem. E essa temperatura é alcançada apenas dentro da bolsa testicular.
“Por isso, testículos localizados em outras regiões do corpo são submetidos a temperaturas mais altas do que o ideal. Assim, mesmo diferenças de 1ºC podem comprometer a formação das espermatogônias, que são as células responsáveis pela produção de espermatozóides na fase adulta. Portanto, o problema pode comprometer a capacidade de ter filhos.” – Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194).
Dessa forma, crianças que convivem por longos períodos com a Criptorquidia correm grandes chances de sofrerem com dificuldades reprodutivas posteriormente, por conta das alterações na qualidade e na quantidade dos espermatozóides.
“O ideal é que os meninos recém nascidos diagnosticados com Criptorquia sejam submetidos ao tratamento cirúrgico antes de completarem 1 ano de vida. Após esse período, estudos mostram que os prejuízos no sistema reprodutor podem ser bastante grandes. Especialmente nos casos de Criptorquidia Bilateral, em que os dois testículos encontram-se fora da bolsa testicular.” – Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194).
Os pacientes com idade superior a um ano também devem realizar a cirurgia de Criptorquidia. Mesmo que a função reprodutiva tenha sido em parte comprometida, além dos resultados estéticos, o procedimento garante que os testículos preservem a sua função hormonal, como a produção de testosterona e seus derivados.
Técnicas e resultados
A técnica cirúrgica utilizada pelo médico cirurgião pediátrico no tratamento da Criptorquidia pode variar de caso para caso. No entanto, em todas as situações, o procedimento é realizado com anestesia geral. Geralmente, os pacientes costumam voltar para a casa já no mesmo dia.
Nas situações em que os testículos são palpáveis, é possível colocá-los na bolsa testicular na cirurgia. Já nos casos em que o testículos não são palpáveis, o cirurgião pediátrico precisa realizar uma videolaparoscopia. Além disso, pode ser necessária uma segunda cirurgia, em média 6 meses depois da primeira.
“A videolaparoscopia é realizada através de um corte na região do umbigo. Por ele, o médico cirurgião pediátrico insere uma pequena câmera de vídeo e pode avaliar onde e como está o testículo não descido. A partir daí, o procedimento cirúrgico pode ser melhor planejado.” – Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194).
Tanto nos casos de testículos palpáveis, como nas situações de testículos não palpáveis, os exames de imagem como ultrassom não são necessários.
“O que nós recomendamos é que os pais façam uma consulta pré-anestésica com os médicos anestesiologistas, para tirarem todas as suas dúvidas. Além disso, geralmente é necessário um exame de sangue simples (hemograma completo) e um período de jejum. Ambos serão orientados pelo cirurgião pediátrico.” – Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194), cirurgiã pediátrica em Fortaleza/CE.
Como é a recuperação após a cirurgia de Criptorquidia
Normalmente, a cicatriz deixada pelo procedimento na região inferior da barriga tende a ser muito discreta. No entanto, após a cirurgia de Criptorquidia, as crianças não deverão realizar atividades físicas por cerca de 30 dias.
“A recuperação das crianças de colo é mais tranquila do que a das crianças que já andam e correm. Uma vez no colo, os bebês não precisam evitar atividades de impacto no pós-cirúrgico. Já as crianças em fase escolar, por exemplo, devem ficar afastada das brincadeiras com impacto e das aulas de Educação Física por, pelo menos, 30 dias” – Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194).
Fique atento à saúde do seu bebê. Diante de uma malformação como a Criptorquidia, busque orientação de um médico especialista em cirurgia pediátrica. O planejamento nesta fase pode garantir uma vida saudável e feliz para toda a família. Conte comigo!