O diafragma é um músculo estriado esquelético em forma de cúpula e que possui um papel fundamental na respiração. Ele separa os órgãos da cavidade torácica (coração, pulmões, etc) dos órgãos da cavidade abdominal (estômago, intestino, fígado e outros). Entre os problemas que podem acometer o diafragma, está a hérnia diafragmática.

O que é a Hérnia Diafragmática?

As hérnias diafragmáticas são doenças de origem congênita causadas pelo fechamento incompleto do diafragma. Dessa forma, permitem a passagem de órgãos intra-abdominais para a cavidade torácica do feto.

“Assim, os órgãos do abdômen que ocupam a cavidade torácica comprimem os pulmões. Com isso, o desenvolvimento pulmonar  pode ser prejudicado, gerando graus variáveis de hipoplasia pulmonar. Em alguns casos, o problema é incompatível com a vida fora do útero.” –  Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194), cirurgiã pediátrica em Fortaleza/CE.

As hérnias diafragmáticas acometem aproximadamente 1 a cada 3.000 a 5.000 nascidos vivos. Essa estimativa não leva em consideração os óbitos fetais e neonatais que não são reconhecidos. Geralmente, o problema é mais comum do lado esquerdo (90%). Além disso, existem outras anomalias associadas às hérnias diafragmáticas. Entre elas, as anomalias cardíacas, gastrointestinais, no sistema nervoso central e as cromossômicas. 

Diagnóstico pré-natal da hérnia diafragmática

Em alguns casos, a hérnia diafragmática pode ser identificada já na fase pré-natal, através da ultrassonografia morfológica, a partir de 16 semanas. Nessas situações, é muito importante que a família procure um cirurgião pediátrico.

Assim como acontece em outras malformações, como gastrosquise e onfalocele, é preciso que a família esclareça todas as dúvidas antes do nascimento e planeje de forma adequada a chegada do bebê.

“O momento do diagnóstico de uma anomalia congênita é sempre muito difícil. Assim, ter um profissional competente e com quem a gente se identifica ao nosso lado deixa tudo mais fácil. Por isso, consultar o médico cirurgião pediátrico é tão importante, antes mesmo de o bebê nascer.” –  Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194), cirurgiã pediátrica.

Cirurgia fetal 

A cirurgia fetal de tratamento da hérnia diafragmática é realizada por via endoscópica fetal. Seu objetivo é melhorar o desenvolvimento pulmonar do feto.

Porém, nem todos os casos de hérnia diafragmática têm indicação de cirurgia intrauterina. Os critérios seriam idade gestacional entre 24 e 28 semanas, hérnia diafragmática isolada e probabilidade de hipoplasia pulmonar grave .

“Nesse procedimento, uma espécie de ‘balão’ ou ‘plug’  é inserido na traquéia do feto, causando uma obstrução, funcionando como se fosse uma “rolha“. Assim, o líquido produzido pelos pulmões fica retido, fazendo com que o volume pulmonar aumente. Temporário, este balão deve ser retirado após 4 a 6 semanas pelo cirurgião pediátrico. A correção do defeito diafragmático é realizada após o nascimento.” –  Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194).

Diagnóstico pós-natal

Em alguns casos, a hérnia diafragmática pode não ser diagnosticada na fase pré-natal. Assim, o diagnóstico acaba sendo realizado pelo médico pediatra da sala de parto, mediante sinais de sofrimento respiratório. Como exemplo, aumento da frequência respiratória e cianose (cor da pele azulada), entre outros. 

Uma vez que o bebê já esteja estabilizado e com a respiração controlada, são realizados os exames de sangue e de imagens, como radiografia de tórax. Porém, na dúvida diagnóstica, podem ser necessários outros exames. 

“Uma vez constatada a hérnia diafragmática, o bebê passa a receber o suporte da UTI Neonatal. O objetivo é estabilizar seu estado de saúde para que a cirurgia possa ser realizada da melhor forma possível.” –  Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194), cirurgiã pediátrica em Fortaleza/CE.

Sintomas tardios

Existem também casos de bebês com hérnia diafragmática sem diagnóstico pré-natal e que não apresentam sintomas ao nascimento. Assim, estas crianças seguem o fluxo de bebês saudáveis e costumam apresentar os sintomas com meses de vida. Entre as principais manifestações tardias, estão: obstrução intestinal, perfuração de víscera oca (principalmente estômago) e pneumonias de repetição. 

Tratamento da Hérnia Diafragmática

O tratamento para a hérnia diafragmática é sempre cirúrgico. O procedimento, realizado com anestesia geral, tem o objetivo de reposicionar os órgãos na cavidade abdominal e fechar o orifício do músculo diafragma.

A cirurgia para correção da hérnia diafragmática pode ser realizada por incisão tradicional ou com técnica minimamente invasiva, por videolaparoscopia. Entre as diferenças, está a cicatriz pós-cirúrgica, menor na cirurgia videolaparoscópica. 

Pós-operatório da cirurgia de Hérnia Diafragmática

O pós-operatório da cirurgia de hérnia diafragmática depende de como cada bebê reage ao procedimento. Após a cirurgia, as crianças voltam para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI), onde serão auxiliadas por equipamentos de respiração artificial. Uma vez que todos os parâmetros médicos estejam estabilizados, a necessidade de um suporte ventilatório vai diminuindo até que o bebê passe a respirar espontaneamente. 

“O pós-operatório da cirurgia de hérnia diafragmática pode ser bastante demorado. Cada caso tem a sua especificidade. Nesse momento, a comunicação entre os médicos e a família é muito importante.” –  Cirurgiã Pediátrica Dra. Bianca Dias Bastos (CRM/CE 23400 RQE 12194).

Cuide da saúde do seu bebê. Realize o pré-natal e, diante da descoberta de problemas como a hérnia diafragmática, busque orientação de um cirurgião pediátrico. Conte comigo!